Suas canções fazem parte do repertório de cantores consagrados e daqueles que ainda sonham com o estrelato. Do barzinho aos grandes espetáculos, todos querem ouvir “Tentei te Esquecer”, “Na Hora do Adeus”, “De Igual Pra Igual”, “Boate Azul”, “24 Horas de Amor”, dentre tantos outros. As faixas, interpretadas por ele e seus parceiros de duo ao longo de 46 anos dedicados à indústria fonográfica, se tornaram clássicos.
Quando ele solta a voz, é unanimidade! O timbre inconfundível foi o diferencial na carreira de João Batista Bernardo, que nasceu em Vista Alegre do Alto (SP) e foi criado na roça, em Cáceres (MT), na companhia dos 11 irmãos. É filho de João, um imigrante italiano, e Adélia, morena que trazia no sangue a mistura do negro com o índio e dona de uma voz espetacular.
Ele poderia ter feito parte da dupla Caio e Calmon ou Domingo e Feriado, nomes cogitados para a formação musical. Com o disco pronto, que seria distribuído pela gravadora Chantecler, as sugestões foram rejeitadas. Foi então que João Batista teve uma brilhante ideia: como ele cresceu em Cáceres, Mato Grosso, e lá, bem próximo, já na Bolívia, existe a cidade de San Matías, uniu as sonoridades e criou a marca Matogrosso e Mathias!
Em 1976, “O Matuto”, o primeiro álbum lançado, conquistou a certificação de ouro. Depois dele, foram mais 15 certificações de ouro e cinco de platina. Na agenda, quase 30 shows por mês com direito a tour internacional a cada nova temporada.
Incansável, imparável, João Batista Bernardo ou simplesmente Matogrosso chega aos 73 com uma bagagem invejável na música sertaneja, afinal, quem teve o privilégio de cantar ao lado de Tião Carreiro e Pardinho na 21ª edição da Festa do Peão de Barretos? Pois é, Matogrosso estava lá e esta é uma das tantas recordações inesquecíveis que ele guarda com amor em seu baú de memórias afetivas.
Hoje, a voz e o talento inigualáveis de Matogrosso somam à afinação primorosa de Mathias, sobrinho e afilhado do cantor de quem sempre foi fã declarado. Maturidade e experiência se unem à jovialidade gerando a renovação em uma mistura perfeita e inesquecível nos palcos de todo o Brasil.
“O que me faz ficar longe dos palcos? Só Deus! Para viver da música e para a música é preciso muito amor. Como em toda profissão, existem as boas fases e aquelas que nos fazem refletir. Mas, desistir nunca foi uma opção. É no palco onde me sinto feliz e fico muito honrado em ver que novas gerações da música chegam e as minhas músicas permanecem. Só agradeço por tudo. Se tivesse a opção de escolher um outro caminho, percorreria o mesmo que fiz nesta vida, honrando e defendendo o sertanejo com o que existe de melhor e mais verdadeiro em mim”, fala Matogrosso.
Foto: Flaney Gonzallez
Fonte: Bianca Ceará
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